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XAVIER ZARCO
( Portugal )
Xavier Zarco, pseudónimo literário de Pedro Manuel Martins Baptista que nasceu a 4 de Outubro de 1968 em Coimbra, cidade onde reside.
Publicou "O livro dos murmúrios" (livro, Palimage Editores, Portugal, 1998), "No rumor das águas" (e-book, Virtualbooks, Brasil, 2001), "Acordes de azul" (e-book, Virtualbooks, Brasil, 2002), "Palavras no vento" (e-book, Virtualbooks, Brasil, 2003), "In memoriam de John Lee Hooker" (e-book, Virtualbooks, Brasil, 2003), "Ordálio" (e-book, Virtualbooks, Brasil, 2004), “O guardador das águas”, Prémio de Poesia Vitor Matos e Sá – 2004, organizado pelo Conselho Científico da Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra (livro, Mar da Palavra, Portugal, 2005), “O ciclo do viandante” (ebook, Virtualbooks, Brasil, 2005), “O fogo A cinza”, Prémio de Poesia do VII Concurso Literário Manuel Maria Barbosa du Bocage – 2005, organizado pela LASA – Liga dos Amigos de Setúbal e Azeitão (livro, LASA, Portugal, 2005), “Stanley Williams” (e-book, Virtualbooks, Brasil, 2006), “À beira do silêncio – uma centena de experiências em poetrix” (e-book, Virtualbooks, Brasil, 2006) e “Monte maior sobre o Mondego”, Menção honrosa (Poesia) no Prémio Literário Afonso Duarte – 2004, organizado pela Câmara Municipal de Montemor-o-Velho (e-book, ArcosOnline, Portugal, 2006).
Poemas seus foram editados em diversos jornais, revistas e antologias de Poesia, para além de estar representado em inúmeros sites na Internet, sendo membro efectivo (cadeira n.º 99) da A.V.B.L. - Academia Virtual Brasileira de Letras.
Em 2004, viu o seu poema "Hino de Santa Clara" ganhar o Concurso para a Letra do Hino da Junta de Freguesia de Santa Clara.
O seu livro, ainda inédito (em 2010) , “O livro do regresso” foi agraciado com o Prémio de Poesia Raúl de Carvalho – 2004/2005 da Câmara Municipal do Alvito.
Biografia extraída de:
www.recantodasletras.com.br/
SULSCRITO 3 junho 2010. SULSCRITO antologia da indiferença [Tavira, Portugal: 4águas editora] 87 p.
ISSN 1646-7744 . Ex. bibl. Antonio Miranda
DOIS POEMAS
arrisco a escritura da água
na carne dos dias
erguendo aquedutos nas mãos
onde a palavras é útero soberbo
e onde o fogo percorre a nova língua
quando em chamas o rio nasce o sol
se deita e um cavalo acorda
a ceifa das mais breves puras sílabas
disseram-te ilha que eras ilha
o homem como ilha no arquipélago
do mundo dos homens
mas és quilha fendendo a epiderme
da cinza
do que restou
pedinte de imagens que digam
mais do que o rosto a máscara que envergas
ALEF – Revista de Literatura Ibero-americana. Ano I no. 1. Editores: Ana Laura Kosby e Marco Celso, Huffell Viola. Gramado, Rio Grande do Sul, Brasil: maio 2012 56 p.
Ex. bibl. de Antonio Miranda
1.
no chão marco o ponto
e sei que existe o ponto que marquei
mas mais que o ponto eu quero a linha
um verso que surja da terra
onde a semente semeei
mas quero mais
quero o plano
o espaço
onde o verso se erga e diga
o que em si guarda
mas como exigir mais
quero o tempo todo o tempo
porque um poema se é um poema
não pertence a tempo algum
nenhuma amarra o contém
2.
Magno, de olhos escuros, cara linda. Que é do mundo o menino
mais bonito. Lhe disse a sua mãe, e diz ainda. De resto resta a
barba, e tudo dito. Agora lá por dentro, na conduta. Nessa coisa
moral, nada a dizer. Porque ave de rapina que labuta Preocupa-
se mais se tem comer. Quanto ao amor, ai que lamechiche! Que
fique na gaveta bem guardado,Porque desce a infância à velhice
Só o homem, não o autor, o tem usado. Eis, pois, Xavier Zarco,
que sem treta Fez-se em retrato em cauda de cometa.
3.
Tem o poeta uma fisga. E um caroço de azeitona. E dele
ninguém se pisga Sem levar uma na mona. O poeta é como
um puto Não há muros que não salte Nem árvore cujo o fruto
Lhe negue o sabor de malte. E mesmo que o tempo passe E na
barba nasça neve Em cada dia ele faz-se E desfaz-se no que
escreve
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Página ampliada e republicada em outubro de 2023
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Página publicada em abril de 2023
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